A constituição da Modernidade no Ocidente implicou um conjunto de transformações profundas. Pelo menos três movimentos se destacam entre os que caracterizam a formação do Mundo Moderno: o advento do Estado coorporativo, que delimita o contexto caracterizado como Antigo Regime; as transformações iniciadas no século XVII e consolidadas no século XIX, com a expansão do liberalismo e dos nacionalismos; e as mudanças epistemológicas ratificadas no campo das Ciências Humanas no século XX. Tais movimentos se articulam porque incidem diretamente sobre os modos pelos quais os historiadores atualmente elegem seus temas e objetos e concebem as condições metodológicas da disciplina da História, articulando as categorias de poder e linguagem. A noção de que, nas práticas sociais, a língua como estrutura só existe como língua falada e vice-versa articulou-se à ideia de que, mesmo nos níveis propriamente institucionais, o poder não existe como coisa, mas como relação.